domingo, 10 de abril de 2011

Lágrimas

   Céu escuro, relâmpagos riscando o infinito e o som rouco dos trovões, fazem-nos
crer que o mundo está passando por transformações invisíveis aos nossos olhos mortais.

A terra seca de algumas regiões, castigam os seres humanos que ali vivem e
amam seu recanto, sempre esperando que um dia Deus mande que as
lágrimas cristalinas
do universo, caiam sobre eles como bençãos, ressuscitando o que
até aquele momento parecia morto.

Então , dos olhos do Supremo, as gotas translúcidas, caem
trazendo de volta a esperança e a fé, que estavam adormecidas sob
o manto do sofrimento e da miséria.

Preces de agradecimento elevam-se da terra castigada em suaves murmúrios de gratidão, por terem sido abençoados com a chuva que durante anos não caia.

Todo o mundo conheceu a miséria , a fome, a desnutrição daquele
povo tão sofrido.
Crianças inocentes de olhos famintos, amontoavam-se pelos cantos das
pobres choupanas, sem entenderem o porque daquele sofrimento.

Socorro vieram, mas não em quantidade suficiente para aliviar a fome e a sede.
Homens e mulheres choraram e suas lágrimas salgadas suavizaram um pouco da dor
íntima que lhes apertava o peito.

Mas um dia, tudo escureceu. O vento rugiu e dos olhos celestiais
desceram as lágrimas abençoadas e doces , fazendo brotar da terra seca o verde da
vegetação e nos corações adormecidos a esperança de poderem ver
seus sonhos realizados.
Tudo renasceu, tudo adquiriu nova vida e o nosso sertanista também renasceu na
fé e no amor ao seu torrão natal.

Levantando os olhos para o céu, todos compreenderam, que nunca
estamos sós e que a vida sempre renascerá, pois o amor Divino é imenso e
através das lágrimas celestiais, a vida sempre ressurgirá.



Zenaide P. V. Garcia







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