sexta-feira, 25 de março de 2011

Primeiro Amor ( Reflita Bem! )

Alguns "amigos" me apresentaram a ela em uma tarde ensolarada, foi verdadeiramente amor à primeira vista e, logo no primeiro contato já percebi que era tudo que eu buscava. Ela me fazia sentir mais querido, mais empolgado, na verdade eu me sentia um verdadeiro: BAN-BAN-BAN. É verdade que minha família quando desconfiou do nosso relacionamento, se mostrou totalmente indignada e demonstrou todo o seu descontentamento, mas eu achava que era um cara esperto e até disse prá que minha mãe não se metesse na minha vida.
Na escola, logo todos perceberam que algo estava acontecendo comigo, pois se até então eu era um aluno acima da média, depois do meu relacionamento com ela, decaí bastante, eu ia à escola, mas não assistia às aulas, não era eu quem estava lá, e os professores e diretores me chamaram a atenção, mas eu só queria curtir a minha nova paixão.
O meu amor por ela chegou ao extremo quando, não tendo como encontrá-la mais, já que todos estavam contra nós, eu havia passado a me dedicar exclusivamente aos nossos encontros às escondidas. E quando eu não tinha grana para buscá-la e me deliciar com ela, eu me propunha a fazer qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, para conseguir meios de tê-la só prá mim. Engraçado que até os "amigos" que me haviam apresentado à ela, eu já não os queria por perto, pois eles queriam dividí-la comigo e isso eu não podia suportar.
Um dia, a polícia nos flagrou e nos interpelou em nossos encontros secretos nas "quebradas" e por eu estar com ela, sofri alguns contratempos, além de tapas e empurrões, e em outras oportunidades fiquei algumas horas detido, mas apesar da minha indignação, eu não podia mais desistir, eu estava certo de que ela era a minha segunda natureza, ou melhor, era a minha vida.
E uma noite, depois de algumas horas com aquela que eu julgava ser a fonte da minha confiança e serenidade, eu estava deitado delirando e revirando-me na cama, sem conseguir dormir, quando ouvi uma voz. Não havia ninguém no quarto, mas meu cérebro me dizia que a voz era real. Era clara e autoritária e me ordenava : "Vá à gaveta da cômoda, e apanhe a arma. Aponte-a para a cabeça e dispare". Abri a gaveta e percebi que tinha chegado ao fim. O pensamento me fez sentir aliviado.
E pela primeira vez pensei : "Isso está me acontecendo por causa daquela que eu amei mais que a minha própria vida e descobri que ela era, na verdade, a minha morte. E aí eu clamei aos céus: Senhor meu Deus, tende piedade de mim e me livra do INFERNO DA COCAÍNA."
A minha vida antes de ter sido CONVERTIDO ao PRIMEIRO AMOR : JESUS ! era um verdadeiro caos, eu só via e vivia a partir dos montículos de pó, das armas, do terror, dos barracos, dos morros e de várias pessoas que gravitavam em torno de mim, por causa da cocaína. E o pior é que eu nunca havia me visto como um dependente. Para mim, viciados eram aqueles caras lá do morro que vendiam a mãe e a irmã, por 1 g de pó; os caras roubavam a própria casa e tudo que encontrassem pela frente pelo "prazer" de um "teco" ou prá fumar uma "pedra". Já eu, que gastei 15 anos da minha vida consumindo diariamente de 1 g a 3 g de coca, meia dúzias de cervejas, alguns conhaques e vários baseados não me julgava um viciado. Durante um longo período, eu fumei, cheirei e bebi a noite toda e ia trabalhar sem dormir e sem me alimentar. Tomava injeções de glicose para restaurar as energias e, por quase a metade da minha vida, que me foi concedida por meu bom Deus e Pai, roubei momentos importantes, e falhei na condução da minha vida e não fui parte integrante da vida de minha mãe e meus irmãos, da minha filha e da minha esposa . Tudo por que eu não conseguia viver sem droga. Tudo prá ficar com o demônio da cocaína.
Eu sei que há determinadas coisas irreparáveis e irrecuperáveis, que nem mesmo o tempo será capaz de me fazer resgatar. Mas creio firmemente que o "mais importante da vida não são coisas" e que a minha vontade de viver, de recuperar a alegria, a sobriedade, o amor e um desejo de lutar contra todos os males que fazem as pessoas sofrerem, isso foi o que Jesus me deu, e estou convicto de que " ... aquele que começou boa obra em mim, há de completá-la até o dia de Jesus Cristo." E Ele tem me preparado dia após dia para pregar uma verdadeira libertação aos cativos, aos desligados, aos perdidos e a mensagem é para que eles fiquem "LIGADOS EM JESUS", que é o único que nos dá sentido para viver e que nos desliga do pecado e da morte, nos plugando para sempre na vida abundante com DEUS.

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