sexta-feira, 25 de março de 2011

As peneiras da sabedoria


Um homem aproxima-se de seu Mestre e lhe diz:

- Mestre, vou lhe contar o que disseram do João...

O Mestre, com sua infinita sabedoria, responde:

- Calma. Antes de me contares algo que possa ter relevância, te pergunto: Já fizeste passar a informação pelas Três Peneiras da Sabedoria?

- Peneiras da Sabedoria? Não. Elas não me foram mostradas – argumentou.

- Sim. Só não te ensinei porque não era chegado o momento. Porém, escuta-me com atenção: Tudo que te disserem de outrem, deve passar antes pelas Peneiras da Sabedoria. A primeira é a da Verdade. Eu te pergunto:

- Tens certeza de que o que te contaram é realmente verdadeiro?

Meio sem jeito, ele replicou:

- Bem. Realmente não tenho certeza. Sei apenas o que me contaram...

O Mestre continuou:

- Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a Peneira da Bondade. Pergunto:

- Trata-se de algo que gostarias que falassem de ti?

- De maneira alguma, Mestre. Evidente que não!

- Então, se trata de algo que passou pelos furos da segunda peneira, jaz nas cruzetas da terceira e última peneira. Realizo, portanto, a derradeira pergunta:

- Achas mesmo necessário passar adiante essa história sobre teu irmão e companheiro?

- Não, Mestre. Absolutamente! - respondeu.

- Então, disse o sábio, ela acaba de vazar os furos da Peneira da Necessidade, perdendo-se na imensidão da Terra. Não sobrou nada para contar.

- Entendi, querido Mestre. Doravante somente as boas palavras terão caminho em minha boca. Finalizou o sábio:

- És agora um mestre completo. Volta ao teu povo. Afinal, terminaste o aprendizado. Lembra-te sempre, todavia: As abelhas, construtoras do Criador, nas imundícies dos charcos, buscam apenas as flores para sua laboriosa atividade, enquanto as nojentas moscas buscam, em corpos sadios, as chagas e feridas que as mantém vivas.




















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